O Programa Cerrado Circular teve início em 2022 com o objetivo de engajar a comunidade local em dois assentamentos no Mato Grosso do Sul no desenvolvimento de negócios associados à bioeconomia do Cerrado.

Primeira fase

Na primeira fase, entre setembro de 2022 e janeiro de 2023, foi realizada uma chamada para negócios nas áreas de cozinha típica do Cerrado, meliponicultura com abelhas nativas e turismo de base comunitária. O programa identificou lideranças locais e mobilizou 40 participantes. Além da chamada, foram realizadas oficinas de aceleração desses negócios, abordando temas como planejamento, gastronomia, formação de preços e turismo sustentável. Após a aceleração, 6 negócios foram selecionados e receberam capital semente.

Segunda fase

A segunda fase ocorreu entre maio de 2023 e janeiro de 2024 e teve dois principais objetivos:

1. Prover mentoria às iniciativas de negócios selecionadas na fase 1;

2. Iniciar estudos e planejamentos para a organização de uma rede de extrativismo sustentável de frutos do Cerrado, denominada de  “Casa do Baru”, tendo a castanha do baru como carro-chefe.

A formação da Casa do Baru como um hub para as frutas e castanhas típicas do Cerrado foi uma inovação significativa para o programa. Em paralelo, foi formada a Rede de Extrativismo do Baru, coordenada pela APOMS (Associação de Produtores Orgânicos do Mato Grosso do Sul).

A Casa do Baru serve como um canal de exposição e venda dos produtos do Cerrado e um ponto de encontro para a rede, ampliando o número de participantes do programa. Como resultados, houve geração de renda para os participantes, aumento da área de influência do programa e promoção da preservação do Cerrado.

Terceira fase

A terceira fase, atualmente em implementação, tem como objetivo aumentar a escala, o escopo e a efetividade do programa em promover atividades econômicas sustentáveis associadas à preservação do bioma Cerrado.

Os três focos são:

1. Continuidade das mentorias dos negócios iniciados na primeira fase;

2. Iniciar as operações da Casa do Baru;

3. Desenvolver habilidades e autoconhecimento dos participantes do programa, aumentando o engajamento.

A cadeia de valor do extrativismo sustentável do baru, documento base para o planejamento da Casa do Baru, foi o tema de tese de mestrado na Harvard University. 

A cadeia de valor do extrativismo sustentável do baru, documento base para o planejamento da Casa do Baru, foi o tema de tese de mestrado na Harvard University. 

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A Casa do Baru serve como um canal de exposição e venda dos produtos do Cerrado e um ponto de encontro para a rede, ampliando o número de participantes do programa. Como resultados, houve geração de renda para os participantes, aumento da área de influência do programa e promoção da preservação do Cerrado.

O programa Cerrado Circular no município de Nova Andradina-MS, em parceria com a Associação dos Produtores Orgânicos do Mato Grosso do Sul (APOMS) e o Instituto Cerrado Guarani, tem como público-alvo pequenos produtores nos Assentamentos São João e Teijin. A partir da Fase 3, participantes de outros assentamentos na região estão sendo convidados a participar como parte da Rede de Extrativismo.

O trabalho de campo nos assentamentos São João e Teijin e o Workshop de Turismo de Base teve como objetivos:

  • Valorizar e fortalecer a comunidade local, sua cultura e suas experiências, que poderão ser compartilhadas com turistas que buscam viagens transformadoras e com propósito, alinhadas com a sustentabilidade, com as ODS, com a valorização das tradições culturais e com a preservação do Cerrado em Pé.
  • Valorizar o bioma do Cerrado em Pé e a importância da preservação do seu ecossistema.
  • Instigar as lideranças e a comunidade sobre as possibilidades de turismo de base da região.
  • Motivar a população dos assentamentos a encontrar novas fontes de renda através do turismo de base.

Foram identificadas pela comunidade as seguintes oportunidades para turismo de base na região: observação de pássaros, cicloturismo, trilhas interpretativas e educação ambiental, oficinas de colheita e plantio, cozinha do Cerrado e ervas medicinais e recepção de motor home.

A meliponicultura é a criação de abelhas nativas sem ferrão. Neste módulo, há a capacitação de produtores por meio de oficinas teóricas e práticas, além do fomento produtivo pela disponibilização de materiais e equipamentos. O programa está formando meliponários modelos e multiplicadores de enxames, complementando outros programas de apoio à produção de mel de abelhas com ferrão na região. Além de contribuir para a preservação ambiental, pela multiplicação de polinizadores, a meliponicultura se conecta com atividades de turismo, culinária típica e rede de extrativismo fornecendo ingredientes e produtos complementares para outras áreas de atuação do programa.

O Cerrado oferece diversos frutos ainda pouco explorados no consumo das famílias e para a comercialização. O módulo de culinária típica tem o objetivo de resgatar o uso desses frutos em pães, bolos, biscoitos e outros alimentos processados. Espera-se que a formação de cozinhas industriais possibilitem o fornecimento de produtos para a merenda escolar, bem como a venda direta por meio de canais desenvolvidos pela rede de extrativismo de baru e as rotas de turismo demarcadas pelo Programa. Assim, concilia-se a geração de renda pela valorização do Cerrado em pé.

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